historia do artesanato - companiadoartesanato

Criado para suprir algumas necessidades, o artesanato nasceu, segundo alguns historiadores, no período Neolítico - aproximadamente no ano 6.000 a.C. - quando o homem aprendeu a polir as pedras, a misturar a terra e a água para a fabricação de cerâmica que abrigaria os alimentos, e quando desenvolveu a técnica da tecelagem de fibras animais e vegetais.

Na Antigüidade, o artesanato destacou-se principalmente com a produção de tecidos, armas, jóias e vidros e tinha um forte papel na economia da época, gerando grande número de ocupações e a atividade no comércio.

Egito, Grécia e Roma, que formavam “estados” que dominavam política e militarmente os povos, contribuíram muito para a expansão do artesanato e do crescimento da classe dos artesãos e mercadores, responsáveis pela distribuição das peças.

Podemos descobrir mais sobre o artesanato no mundo se seguirmos alguns dos locais onde aportaram as expedições realizadas por aventureiros europeus que buscavam o Oriente e, mais tarde, os territórios Africanos e Americanos.

China – Obras bem trabalhadas e delicadas

O artesanato chinês se caracteriza pela variedade e técnica fina, e se divide em dois segmentos: especial e folclórico.

No artesanato especial estão os entalhes em marfim, porcelana, objetos de jade, "cloisonné" - famosos na China e em outros países - e outros artigos, adornados com meticulosos desenhos e feitos com materiais preciosos.

O processo de produção dos objetos de "cloisonné" (principalmente vasos, copos e taças) começa com o molde em cobre, onde os artesãos incrustam fios de cobre polido e galvanizam com ouro e prata.

Já o artesanato folclórico chinês se caracteriza pela base popular, com traços da cultura e da história do país. As técnicas deste tipo de criação se dividem nos seguintes grupos: cortar, atar, tecer, fiar, bordar, gravar, modelar e desenhar.

Os papagaios de papel e as lanternas são boas amostras da técnica de atar.

África Negra – Arte funcional

Na África, onde falam-se 10.000 diferentes línguas (apesar de originadas de poucos grupos), a colonização também foi realizada por várias nações européias e a variedade cultural no continente é enorme.

Talvez não exista povo em todo o globo terrestre que se enfeite mais nas roupas e adornos do que o africano. É neste aspecto que a arte e o artesanato são reconhecidos como extremamente funcionais, preocupados com a utilização do objeto criado.

A escultura de bustos e máscaras foi amplamente usada pelos artistas e artesãos. Algumas dessas peças são nitidamente representativas e procuram retratar pessoas importantes da comunidade, como reis e rainhas.

Embora as máscaras fossem fabricadas com diversos tipos de materiais como o marfim e metais ou barro, o mais comum era o uso de madeira, modelando o material com uma faca afiada e nenhuma outra técnica. Os artesãos realizavam o trabalho escondidos na selva, onde praticavam rituais próprios, de purificação ou ligação com entidades sagradas.

Os objetos criados pelos africanos também eram utilizados para iniciação (feminina e masculina), agricultura (colheita e semeadura), ritos fúnebres, fatos mitológicos e legendários, cultos de ancestrais, ritos da fertilidade, adivinhação e curas médicas e para as práticas de proteção.

Os africanos também modelaram peças de grande valor, em bronze, ouro e marfim, utilizando técnicas que só seriam conhecidas dos europeus um século depois.


América Latina – Arte criativa, multirracial e multicolorida

Quando espanhóis e portugueses atravessaram o oceano Atlântico para desbravar novas terras, encontraram uma civilização que dominava a arte da pintura - utilizando pigmentos naturais, a cestaria e a cerâmica.

Esses povos produziam suas próprias armas, objetos de uso doméstico e enfeites para o corpo, sem falar nos Maias, Incas e Astecas que não só tinham aperfeiçoado essas técnicas artesanais como também se dedicaram a outros projetos mais sofisticados e ambiciosos como a arquitetura, a agricultura e a astronomia.

Por toda a América Latina, os artesãos conseguiram manter uma rica arte popular, com semelhanças de traços culturais herdados das primeiras civilizações e os adquiridos ao longo do tempo.

No México, costuma-se dizer que os produtos artesanais produzidos por lá falam para os cinco sentidos: para o olhar – suas formas e cores; para o tato – a frieza e as concavidades dos cântaros de prata martelada; para o paladar – peças comestíveis como as figuras de rabanete de Oaxaca; para o olfato – caixas e arcas de Olinalá, feitas com madeira aromática; para a audição – chocalhos de palma e penas de galinha e as matracas (instrumento musical).

Essa “tese” dos cinco sentidos pode ser estendida para toda a região, independente da língua e dos dialetos, da cultura local e dos costumes implantados pelos colonizadores ou qualquer outro fator.
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